terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Enfrentando a inveja

No post anterior comentei sobre a ingratidão e vou dar continuidade falando sobre a inveja, já que esses dois sentimentos, tão nefastos, costumam ser companheiros.
A inveja, especificamente, provavelmente é o sentimento mais difícil de ser assumido. 
Encontramos a explicação para isso na própria definição do termo: segundo o Novo Dicionário Aurélio “Inveja é o desgosto ou pesar pelo bem ou pela felicidade de outrem. Um desejo violento de possuir o bem alheio”.
É vergonhoso para qualquer ser humano assumir que a alegria, a conquista, a prosperidade do outro lhe cause tristeza, porque isso denotaria uma enorme falta de caráter. Em outras palavras: é feio demais.
Então como reconhecer um invejoso? Basta observar aqueles que estão sempre apontando as falhas dos outros, mais especificamente, aquele que sempre critica quem está em evidência, ou se destaca por qualquer motivo.
O mais triste neste sentimento tão vil, é que ele vai aparecer, ou pelo menos ser notado por você, apenas nas pessoas muito próximas.
E quando digo próxima, não me refiro apenas aos vizinhos ou colegas de trabalho, mas aos amigos e até familiares.
Parece exagero? Talvez só porque você não queira enxergar, ou porque já ouviu tanta crítica, que acabou se convencendo que não é bom o bastante para merecer o que conquistou.
A maior arma deste tipo de pessoa é a acusação das mais variadas: você é uma pessoa ruim, difícil de lidar, egoísta, arrogante, autoritária...
Mas, se você prestar atenção ao que pessoas emocionalmente sadia dizem a seu respeito, provavelmente ouvirá coisas do tipo: você é uma pessoa segura, não cede às exigências egoístas, sabe impor limites, é centrada, conhece suas qualidades e defeitos, é competente, sabe liderar, é uma conquistadora... São essas qualidades todas que os invejosos não são capazes de suportar!
E a boa notícia é que você não está sozinha, mas muito bem acompanhada com pessoas como Davi, o Rei de Israel, e o próprio Jesus Cristo.
No caso de Davi, o seu irmão mais velho não foi capaz de se conter, quando ele, com apenas 16 anos, não entendeu porque nem um dos homens bem treinados do exército de Saul, se dispunha a lutar contra um gigante do exército inimigo. Eliabe acusou Davi de ser presunçoso e ter um coração mal, apenas porque invejava a sua coragem. Qual foi a atitude de Davi? Não deu a menor importância, e “desviou-se” dele, ou seja, o evitou. Como consequência de sua coragem ganhou a luta, e por fim tornou-se rei.
Com Jesus a situação foi ainda mais difícil. Além das pessoas de sua convivência em Jerusalém, sua cidade natal, seus próprios irmãos (carnais) zombaram dele por não acreditarem em quem ele era. E o que Jesus fez? Ele simplesmente se afastou de sua parentela. “Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre os seus parentes e na sua casa” foram suas palavras.
Essas palavras nos ensinam muito, pois é o próprio Senhor declarando que não devemos esperar que aqueles que nos são mais próximos valorizem o que temos de especial.
Creio que se seguirmos o modelo de Jesus, sem esperarmos reconhecimento daqueles que nos são mais preciosos, e seguirmos em frente, muitas vezes nos afastando dessas pessoas que querem nos desestimular, também seremos vitoriosos.
Quem sabe consigamos até que, ao final da vida, eles não apenas reconheçam o nosso valor, mas estejam entre aqueles que nos seguem, como aconteceu com Jesus? A vitória nos espera, caminhemos rumo a ela.